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Dia 3 da UNOC3: pescadores artesanais transformam o dia em palco de urgências e soluções

  • comunicacao5558
  • 11 de jun.
  • 5 min de leitura

Atualizado: 20 de jun.

Com falas emocionantes, lideranças da pesca artesanal e juventudes mostram que soluções para os oceanos começam nas comunidades costeiras.



Pescadores artesanais transformam o 3º Dia da UNOC3 em palco de urgências e soluções

O terceiro dia da UNOC3 em Nice foi profundamente marcante para a pesca artesanal, iniciando com um rico café da manhã entre lideranças globais do setor. Este momento estratégico serviu para alinhar agendas e reforçar cobranças cruciais, destacando-se os inspiradores depoimentos de pescadores brasileiros como Carlinhos (AMEX/CONFREM) e Jorge (Ilha do Cardoso). Eles enfatizaram a urgência de parcerias justas, respeito aos direitos humanos e fortalecimento das cadeias locais de valor, consolidando a voz coletiva de pescadores e pescadoras artesanais.


A centralidade da pesca artesanal foi reafirmada no 5º Painel da UNOC, que os celebrou como verdadeiros "Guardiões do Mar". O painel evidenciou que 90% dos trabalhadores da pesca global são pequenos pescadores, com a emocionante fala de Edithrudith Lukanga (Tanzânia) ilustrando suas realidades desafiadoras. A solução unânime apontada foi colocar esses pescadores no centro das políticas: "pescadores em pequena escala não podem ser uma reflexão tardia - eles devem estar no centro das políticas oceânicas globais".


O dia ainda encerrou com um diálogo produtivo entre financiadores e pescadores artesanais, centrado na compreensão de que uma abordagem em direitos humanos é fundamental para orientar o fluxo de recursos que apoia a garantia dos territórios tradicionais e da participação comunitária ativa, alinhando investimentos às necessidades reais do setor. Confira os destaques:


Debates Cruciais em Café da Manhã com Pescadores Artesanais

O terceiro dia foi decisivo na UNOC3, marcado por debates intensos e cobranças fundamentais para reforçar a pauta da pesca artesanal e das comunidades tradicionais costeiras. Pela manhã, o Instituto Linha D'Água esteve presente no café da manhã com as lideranças globais da pesca artesanal - uma troca riquíssima de impressões e preocupações levantadas até agora na conferência, que serviu para alinhar a agenda e as estratégias de atuação para o terceiro dia. O momento contou com falas de provação e organização, conduzidas pela equipe da CoopeSoliDar, e depoimentos inspiradores dos brasileiros Jorge, da Ilha do Cardoso, e Carlinhos, representante Amex e da CONFREM, que reforçaram a urgência de parcerias justas, respeito aos direitos humanos e fortalecimento das cadeias locais de valor.


Pescadores Artesanais: Guardiões do Mar

Edithrudith Lukanga emocionou ao relatar: "Enquanto discutimos políticas em salas com ar condicionado, mulheres pescadoras na Tanzânia usam previsões meteorológicas em seus celulares velhos para salvar vidas". O painel destacou que 90% dos 120 milhões de trabalhadores da pesca global são de pequena escala. Qu Dongyu, da FAO, alertou: "Ignorá-los é ignorar a solução", citando projetos na Ásia que aumentaram rendimentos em 30% através de gestão comunitária. A UE anunciou um fundo de €500 milhões para modernização sustentável da frota artesanal.


Ao longo do Painel, especialistas destacaram a importância do fim dos "subsídios maléficos à pesca industrial" e a urgência em aumentar o combate à pesca IUU (ilegal, não reportada e não regulamentada), que drena bilhões por ano dos mares. A solução unânime: "Colocar a pesca artesanal no centro das políticas", como defendeu Editrudith Lukanga.


Assista ao painel na íntegra:



Financiadores e Pescadores alinham abordagem em Direitos Humanos e Sustentabilidade

O encontro de financiadores da pesca artesanal de pequena escala reuniu representantes de fundos e organizações de apoio financeiro com pescadores artesanais de diversas regiões, num diálogo centrado no papel estratégico dos financiadores para fortalecer as comunidades pesqueiras. Sob a ótica dos direitos humanos, foi debatido como estruturar recursos e programas que não apenas impulsionem a sustentabilidade, mas garantam condições dignas de trabalho, assegurem o acesso aos territórios tradicionais e à participação ativa das comunidades no desenho de cada iniciativa.


Essa troca abriu espaço para que os pescadores apresentassem suas necessidades reais - desde a aquisição de equipamentos adequados até o acesso a mercados justos -, e permitiu aos financiadores compreender, na prática, o impacto de suas decisões. O Instituto Linha D'Água acompanhou de perto todo o debate, reforçando a convicção de que estamos no caminho certo ao apoiar projetos que coloquem os pescadores artesanais no centro das ações. A conversa foi rica em exemplos de sucesso e desafios enfrentados no território, alinhando a sintonia entre quem produz e quem investe.


Poluição Marinha: das palavras à ação

A Estônia apresentou tecnologia pioneira para remoção de microplásticos: "Já limpamos 15 toneladas este ano com robôs aquáticos". A Ucrânia denunciou que o derramamento de óleo russo de 2024 continua a intoxicar o Mar Negro, com 40% das espécies comerciais afetadas. Enquanto isso, o Quênia mostrou como sua proibição de plásticos descartáveis em 2017 reduziu a poluição costeira em 60%, servindo de modelo para o tratado global em negociação. "Precisamos de menos discursos e mais embargos aos poluidores", cobrou El Salvador.


Tratado Global do Plástico: corrida contra o tempo

Tonga fez um apelo emocionado: "Recebemos 20 toneladas de lixo plástico por ano, sem condições de lidar com isso". Dados revelam que 80% do plástico nos oceanos vem de apenas 100 rios, maioria em países sem infraestrutura adequada. O representante do Japão destacou seu programa de capacitação que já treinou 30.000 gestores de resíduos na Ásia e África. "Sem um tratado com metas obrigatórias, estaremos apenas enxugando gelo", alertou a delegação de São Tomé e Príncipe, onde o plástico já contamina 70% dos peixes consumidos localmente.


Sustentabilidade que gera renda

O Quênia revelou que seu setor de turismo sustentável cresceu 25% após investir em "blue carbon" e limpeza de praias. El Salvador mostrou como transformou pontos de surf em motores econômicos, gerando 10.000 empregos. "Nosso PIB azul saltou de 3% para 8% em cinco anos", comemorou seu representante. Já a Tunísia apresentou seu plano de energia eólica offshore que deve suprir 30% da demanda nacional até 2030, criando 5.000 postos de trabalho qualificados.


Paz e Oceanos: Conexão Vital

A República Democrática do Congo alertou: "Três décadas de conflito no Lago Kivu destruíram 60% dos estoques pesqueiros". A Ucrânia mostrou imagens chocantes de ecossistemas marinhos destruídos por ataques a infraestrutura portuária. "Guerras não só matam pessoas, mas assassinam ecossistemas inteiros", condenou seu delegado. Em contraste, Fiji apresentou seu programa de reconciliação tribal que transformou antigas zonas de conflito em áreas marinhas protegidas geridas conjuntamente.


Juventude e Saberes Locais na Vanguarda

LaToya Cantrell, prefeita de Nova Orleans, desafiou: "Por que importar especialistas quando temos sabedoria ancestral nas comunidades quilombolas?". Seu programa de barreiras costeiras com vidro reciclado já protegeu 8.000 residências. O Fundo de Ação Climática para Jovens, citado por Barbados, já financiou 120 projetos liderados por menores de 25 anos. "Nossos avós nos ensinaram a ler as marés antes de existirem satélites", lembrou uma jovem líder das Ilhas Marshall, enquanto apresentava um app de monitoramento marinheiro desenvolvido por nativos.


Confira os destaques da imprensa sobre o 3º Dia da UNOC3:



Confira resumos diários dos principais debates realizados na UNOC3: 1º Dia  | 2º Dia  | 3º Dia  | 4º Dia  | 5º Dia


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