Dia 5 da UNOC3: concretizando compromissos e celebrando conexões
- comunicacao5558
- 13 de jun.
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Atualizado: 20 de jun.
Com mais de 800 compromissos assumidos, a UNOC3 termina com foco em implementação, justiça oceânica e protagonismo dos oceanos na agenda climática.

A UNOC3 reuniu em Nice, na França, 15.000 participantes, incluindo mais de 60 chefes de Estado, em 450 eventos paralelos e 100.000 visitantes, consolidando o “Plano de Ação para o Oceano de Nice”, com mais de 800 compromissos voluntários para expandir a proteção marinha, reduzir a poluição, regular os altos mares e destravar financiamentos para nações costeiras vulneráveis. O 5º e último dia da conferência reforçou a urgência de transformar promessas em resultados concretos: "fechamos esta semana histórica não apenas com esperança, mas com ímpeto inegável", declarou Li Junhua, Secretário-Geral da conferência.
Pela manhã, o Instituto Linha D'Água participou do tradicional café da manhã com um grupo de mais de 40 pescadores artesanais de todas as regiões do mundo, em um momento de articulação final: refletimos sobre os cinco dias de intensas trocas, elencamos conquistas, como a visibilidade da pesca artesanal no espaço e o fortalecimento das relações entre os movimentos globais, e alinhamos os próximos passos para manter a rede global conectada e atuante daqui em diante. Foi um encontro conduzido por vivas falas de provação e organização, já prevendo a continuidade desse diálogo fora de Nice.
À tarde, estivemos em dois painéis de grande destaque. No debate sobre saberes tradicionais, Grethel Aguilar (IUCN, EUA) lembrou que "proteger o oceano é uma responsabilidade espiritual" para muitas comunidades indígenas. No painel de preparação para a COP, representantes do governo brasileiro detalharam como integrar oceanos nas negociações climáticas de 2025, afirmando que "os mares serão protagonistas na ambição global de adaptação e mitigação". Esses momentos mostraram que nosso papel fica ainda mais claro quando caminhamos lado a lado com quem vive e guarda os oceanos. Confira os destaques:
Potencial dos Alimentos Marinhos na Segurança Alimentar
Jörn Schmidt (Diretor de Ciência, WorldFish, EUA) evidenciou que apenas 62,3% dos estoques pesqueiros são considerados sustentáveis e que 23,8 milhões de toneladas de pescado se perdem anualmente em cadeia de frio ineficiente. "Peixes e algas são pilares da saúde planetária e combate à fome", afirmou Schmidt, defendendo investimentos em infraestrutura de processamento e rotas de comercialização justas para reduzir o desperdício.
BBNJ: Governança Compartilhada dos Altos Mares
Leticia Carvalho (Secretária-Geral, Autoridade Internacional de Fundos Marinhos, Jamaica) sublinhou que 50% dos oceanos estão além de qualquer jurisdição nacional e requerem co-gestão. "Não pertence a um só país - é patrimônio comum da humanidade", declarou ela, propondo mecanismos de monitoramento conjunto e participação equitativa de países em desenvolvimento na gestão de recursos genéticos de águas internacionais.
Plano de Ação para o Oceano de Nice: direção e responsabilidade
Li Junhua (Subsecretário-Geral, ONU) celebrou a adoção unânime da Declaração "Nosso oceano, nosso futuro", mas advertiu: "As ondas da mudança estão formadas - agora é nossa responsabilidade coletiva impulsioná-las adiante". O plano engloba desde moratórias à mineração em águas profundas até o cumprimento de metas de 30% de áreas protegidas até 2030, reforçando que a ação deve avançar "na velocidade e escala exigidas pelo ODS14".
Saberes Tradicionais como Pilar de Conservação
Grethel Aguilar (Diretora-Geral, IUCN, EUA) ressaltou que "para muitas comunidades, cuidar do oceano é um mandato espiritual". O painel demonstrou como práticas ancestrais - como calendários de pesca baseados em fases lunares - podem ser integradas a planos espaciais marinhos modernos, garantindo co-benefícios culturais e ecológicos.
Brasil e COP: Oceanos no Centro da Agenda Climática
Representantes do Ministério do Meio Ambiente do Brasil apresentaram sua estratégia para a COP 30, afirmando que "os oceanos serão protagonistas nas negociações climáticas de 2025", com metas de restauração de manguezais e financiamento de projetos de adaptação costeira.
Confira os destaques da imprensa sobre o 5º Dia da UNOC3
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